Odemira vai continuar a trabalhar no sentido de proporcionar um melhor acolhimento aos cidadãos estrangeiros que vêm trabalhar para o concelho, na sua grande maioria para o sector agrícola.
Um esforço iniciado em 2016, com a criação do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM), que terá continuidade até 2021 com a recente renovação do protocolo de colaboração firmado por um consórcio público-privado que junta a Câmara Municipal, a TAIPA (entidade promotora e executora do projecto), as empresas agrícolas Haygrove Portugal, Lusomorango, Multitempo, Sudoberry, Vitacress e Hall Hunter Portugal, e as juntas de freguesia de Longueira/Almograve, São Teotónio e Vila Nova de Milfontes.
"O CLAIM assume-se como a primeira resposta no terreno aos migrantes que chegam ao concelho, respondendo às necessidades que se colocam aos mesmos nas áreas de regularização da situação migratória, nacionalidade, reagrupamento familiar, habitação, trabalho, segurança social, retorno voluntário, saúde, educação, formação profissional, empreendedorismo, apoio ao associativismo e outras", nota ao "SW" a vereadora responsável pela pasta da Acção Social na Câmara de Odemira.
De acordo com Deolinda Seno Luís, é "na fase inicial do ciclo migratório" que estes cidadãos "apresentam défices sociais específicos que acabam por originar situações de desvantagem social e de exclusão", daí que o trabalho do CLAIM seja fundamental.
"A qualidade de vida e o bem-estar da pessoa migrante melhorou com a acção do CLAIM", observa a eleita, lembrando que esta resposta é uma das medidas do Plano Municipal para a Integração de Migrantes (PMIM) que se encontra em fase de revisão, "prevendo-se para Setembro a aprovação do documento de segunda geração, 'Odemira Integra +'.
Para a vereadora Deolinda Seno Luís, "além da sua singularidade a nível nacional no que concerne à natureza do financiamento, o CLAIM de Odemira diferencia-se também pela sua itinerância no concelho e pela proximidade", assim como pelos horários "ajustáveis à disponibilidade dos trabalhadores migrantes" e ainda "pela mediação informal".
Tudo isto fez com que entre Julho de 2016 e Abril de 2018 o Centro tenha efectuado 4.147 atendimentos e aberto 1.960 processos. Além do mais, acrescenta a vereadora, "as entidades locais que prestam serviço público, bem como as empresas agrícolas, viram muitas das suas dúvidas esclarecidas, uma vez que o CLAIM também realizou acções de esclarecimento".
Aliás, Deolinda Seno Luís considera que os empresários agrícolas estão cada vez mais atentos a esta temática, daí que para ao consórcio se tenha agora juntado mais uma empresa. "Este tipo de projectos não só beneficia os migrantes como também as próprias empresas, pois garantindo melhores condições de permanência no território a estes cidadãos, estas podem contar com mão-de-obra mais permanente e disponível", justifica a vereadora, para logo acrescentar: "Migrantes integrados na comunidade é uma mais-valia para todos. Só assim poderemos desfrutar e usufruir de uma comunidade mais justa, coesa e competitiva".