A Assembleia Municipal de Odemira aprovou na passada sexta-feira, 23, uma moção apresentada pelo Bloco de Esquerda onde manifesta a sua indignação "pela contínua degradação do serviço de correios prestado pelos CTT" e "pelo incumprimento do contrato de concessão".
A moção, que teve os votos favoráveis dos eleitos do PS, CDU e Bloco e a abstenção do PSD, exorta igualmente o Governo "a adoptar medidas de protecção do serviço de entrega postal universal, como a reversão da privatização do serviço e consequente regresso do mesmo à esfera pública, por se afigurar como absolutamente essencial para protecção dos direitos e interesses dos cidadãos".
No documento apresentado pelo BE, é ainda manifestada a discordância com a venda de património por parte da empresa dos Correios, por isso "constituir uma pilhagem aos CTT, contrariando as obrigações estabelecidas no contrato de concessão, que exceptua a possibilidade de alienação dos bens que pertençam ao domínio público ou privado do Estado".
"Paralelamente, a entrega diária de correio acabou em muitas localidades, sendo o serviço efectivamente prestado, nalgumas localidades, apenas uma ou duas vezes por semana, para desespero de muitos e muitas pensionistas, devido ao atraso da entrega dos vales de pensões", acrescenta a moção.
O documento alerta ainda para o facto de estarem "previstos mais encerramentos de balcões dos CTT até ao fim deste ano", dando-se "primazia" apenas ao Banco CTT e prevendo-se "o despedimento de mais trabalhadores e passando o serviço a ser efectuado por lojas de comércio a retalho, papelarias, mercearias, entre outros, o que não garante a qualidade e eficiência do mesmo".