Foi a 15 de Dezembro de 1989 que nascia a Banda Filarmónica de Odemira, fruto do empenho que Manuel Maria dos Reis (então presidente da Junta da Santa Maria), José Inocêncio Silvestre e António Cansado dedicaram ao projecto. Desde então passaram-se três décadas que, com mais altos que baixos, enche de orgulho todos os músicos e dirigentes da Banda de Odemira.
"Estes 30 anos representam muita amizade e companheirismo. Muitas horas de trabalho, muitas vivências, muitas histórias, mas acima de tudo um sentimento de dever cumprido assim como de responsabilidade para elevar ainda mais o nome da Banda Filarmónica de Odemira e, claro, do nosso concelho", sintetiza ao "SW" a presidente da Direcção da instituição.
Na opinião de Luísa Guerreiro, são muitos os momentos marcantes no percurso iniciado em 1989 pela Banda Filarmónica de Odemira. Entre estes, a presidente destaca "o Jubileu dos Músicos, que ocorreu no Santuário de Fátima no ano 2000" e "a participação nos Desfiles Nacionais de Bandas Filarmónicas, na Avenida da Liberdade, em Lisboa", em 2014, 2015 e 2019.
A estes a dirigente junta ainda "a atribuição da Medalha de Mérito Municipal/Grau Ouro, condecoração atribuída pela Assembleia Municipal de Odemira no dia 25 de Abril de 2015" e "a organização de quatro estágios para instrumentos sopros e percussão, que na última edição contou com 138 músicos".
Mas nem tudo foi positivo nestas três décadas. "Durante estes 30 anos também se destacam dois momentos muito difíceis, que tiveram a ver com a partida inesperada e prematura de dois jovens músicos da casa, ainda com muito para viver e dar si, não só à banda como a todos nós", frisa Luísa Guerreiro.
Prestes a cumprir 30 anos, a Banda Filarmónica de Odemira atravessa, na opinião da sua presidente, "um momento bom, tanto ao nível da banda filarmónica como da sua Escola de Música".
Dirigida pelo maestro Daniel Batista, a banda conta actualmente com cerca de 40 elementos, dos 11 aos 70 anos, na sua maioria provenientes da Escola de Música. Esta última, continua Luís Guerreiro, "funciona regularmente entre segunda-feira e sábado e conta, neste momento, com 35 alunos".
Para manter o seu funcionamento, a Banda de Odemira conta com os apoios da Câmara Municipal e com as receitas dos serviços religiosos que realiza. A isto junta as verbas provenientes do pagamento das quotas dos seus sócios e algumas doações. Ainda assim, há sempre constrangimentos a enfrentar no dia-a-dia.
"A maior dificuldade sentida actualmente prende-se com a falta de instrumentos e também de fardamentos. O projecto pensado e aplicado nestes últimos anos assenta no aumento estruturado da Escola de Música, que por sua vez visa alimentar a banda filarmónica. Este projecto tem corrido como previsto, mas atingimos o nosso limite tanto ao nível dos instrumentos como dos fardamentos e este é um problema que inviabiliza o crescimento da banda e da Escola de Música", alerta a presidente.
Por isso mesmo, continua Luísa Guerreiro, o grande desafio da Banda Filarmónica de Odemira é mesmo conseguirmos fazer com que este projecto continue a ser "aliciante para as novas gerações". Nesse sentido, "estamos a trabalhar para um aumento das valências da Escola de Música, com a criação de uma turma de iniciação musical para crianças entre os cinco e os seis anos, a par da a criação de uma classe de guitarra portuguesa e também a criação de um coro polifónico".
"Esta alteração estrutural prevê a alteração do nome da Escola de Música para Academia de Música da Banda Filarmónica de Odemira", conclui Luísa Guerreiro.