O processo educativo faz-se com todos, por detrás de um aluno há sempre uma pessoa com interesses e projectos de vida próprios, e a tecnologia é uma nova forma de trabalhar conhecimento e competências: estas são algumas das conclusões do Encontro Anual de Educação 2020, que a Câmara de Odemira promoveu no passado sábado, 10.
A iniciativa, subordinada ao tema "Um (novo) futuro para a Educação" e dinamizada no âmbito do programa ODETE Odemira Território Educativo, decorreu em formato "misto", com cerca de 250 participantes, entre os quais o secretário de Estado da Educação, João Costa, divididos entre o cine-teatro Camacho Costa e as plataformas virtuais.
"Foi uma jornada de trabalho de cerca de nove horas que permitiu acolher várias perspectivas de como vai evoluir o sistema educativo, durante e pós-pandemia, mas que igualmente permitiu a discussão dos temas que são transversais ao sistema educativo", sintetiza ao "SW" a vereadora Deolinda Seno Luís, que tem o pelouro da Educação na Câmara de Odemira.
De acordo com a eleita, "os contributos deixados" ao longo do encontro "apontam para pistas conducentes a 'novos caminhos para a Educação no concelho de Odemira', numa perspectiva de melhoria contínua e de respostas aos desafios que o mundo actual coloca à formação das nossas crianças e jovens".
Nesse sentido, continua Deolinda Seno Luís, "várias constatações saem reforçadas desta partilha de experiências que foi o Encontro Anual de Educação 2020", nomeadamente que "o processo educativo faz-se com todos: pais, professores, auxiliares, alunos, direcção das escolas, tutela, agentes locais e autarquia".
A isto junta-se o facto de um aluno ser também uma pessoa "com ritmos, interesses, predisposição para a aprendizagem e projectos de vida pessoais distintos que importa conhecer e potenciar individualmente", e que a tecnologia pode ser "uma forma de trabalhar conhecimento e competências, em pé de igualdade com outros recursos que não devem ser abandonados, porque ambientes educativos ricos são ambientes diversificados quanto ao uso de recursos e estratégias", acrescenta a vereadora.
Os participantes no encontro concluíram ainda haver necessidade de as lideranças terem "de ser ouvidoras", "servidoras", "democráticas" e "disponíveis para aceitar outros níveis de poder dentro e fora da escola, harmonizando o contributo de todos os agentes e fazendo todos sentir que fazem parte do processo".
A par disto, a inovação "só faz sentido se acrescentar e facilitar os resultados desejados", uma vez que "antigas metodologias podem continuar a ser eficazes, dependendo dos contextos".
Deolinda Seno Luís destaca ainda a necessidade de as famílias precisarem "de conhecer mais e melhor a Escola e a Escola de ser também ela receptiva à sua participação, acompanhando esse esforço", assim como de o processo educativo ser "presencial por excelência", pois "só nesta interacção pessoal atinge a sua eficácia plena e permite alcançar os resultados pretendidos".
"O recurso a métodos de ensino remotos de emergência/ensino à distância devem ser remetidos para situações de absoluta necessidade e excepcionalidade", advoga a vereadora.
Finalmente, do encontro resultou a percepção, entre todos, de que "a inclusão e a equidade são pressupostos absolutos e universais para um ensino democrático e humanista", conclui Deolinda Seno Luís.