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15h56 - quinta, 07/06/2018
O elogio da juventude
Carlos Pinto
Chegados a uma certa idade, são muitos os que olham para os mais novos com uma pontinha de altivez, por vezes até com algum desdém. À juventude associam a paixão por ideais utópicos e irrealistas, mas também a incapacidade de concretizar projectos e até a inexistência de competências. Pena que o façam erradamente, esquecendo-se que eles próprios também já foram jovens e inexperientes e que é nas novas gerações que reside a esperança por um melhor futuro.
Esta maneira de ser por parte dos mais velhos é, porventura, ainda mais evidente nos territórios do interior, onde os jovens são cada vez em menor número. Mas o facto de serem poucos e estarem longe dos grandes centros não significa que os mais novos tenham de abdicar dos seus sonhos, resignando-se ao conforto da passividade e da inacção, fazendo justiça à imagem que muitos lhes querem colar.
Vem isto a propósito de duas notícias publicadas nesta edição do "SW": os prémios conquistados por Patrícia Silva, Sophie Lenehan e Inês Ferreira, alunas da Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves durante o 26º Concurso Jovens Cientistas [ver página 7], e o título de vice-campeãs nacionais de gira-vólei obtido pela jovem odemirense Madalena Seno Luís [notícia na página 11]. Conquistas nascidas do talento e do empenho de cada uma e que nem a interioridade dos locais de origem conseguiu inibir.
Um e outro caso são o exemplo de que o valor, o saber fazer, a competência e a entrega não são um exclusivo das grandes cidades ou dos bairros finos. É que a geração nascida no início deste século, a entrar agora na maioridade, será com certeza mais preparada que as antecessoras. Mesmo que tenham nascido num concelho do interior como Odemira. E é por isso que se justifica o elogio à juventude. Porque é com estes jovens que iremos construir o futuro que há muito almejamos: com desenvolvimento económico, coesão social e sustentabilidade ambiental.