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16h33 - quinta, 27/01/2022
Estaremos a caminho de ser um deserto?
Carlos Pinto
Apesar de estarmos em plena campanha para as Legislativas 2022, uma das mais importante eleições de sempre para o futuro de Portugal, há um tema que começa a dominar (infelizmente) a agenda mediática nacional: a seca. E o caso não é para menos, bem pelo contrário.
Chegados ao mês de janeiro e sem perspetivas de precipitação no horizonte, a situação é (quase) catastrófica e está a levar ao desespero os agricultores. As plantações de outono-inverno estão praticamente perdidas, a pastagem para a alimentação do gado pura e simplesmente não nasceu e mesmo as culturas de primavera-verão estão em risco, dada a pouca disponibilidade de água nas albufeiras que servem os respetivos perímetros de rega.
O caso é bem sério e a atestá-lo está a decisão, anunciada esta semana, da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) de acionar o plano de contingência para atender "à tendência do aumento do consumo" de água nas atividades afetas à agricultura na zona de Odemira.
O problema, para já, não se coloca ao abastecimento de água para consumo humano. Para já Mas a possibilidade de faltar água quando abrimos a torneira pode bem um dia vir a ser uma terrível realidade.
Tudo isto se deve, obviamente, ao mau uso de água em algumas situações e também às alterações climáticas, que por muito que alguns o neguem são uma realidade cada vez mais evidente, sobretudo nos territórios do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral. Poderemos mesmo estar a caminho de nos transformarmos em habitantes de um deserto.
Perante tudo isto, parece óbvio que é necessário avançarmos rapidamente com uma estratégia bem definida e que aproveite desde logo os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência para conseguirmos aumentar a capacidade de reserva de água na região, assim como melhorar a sua gestão. Se tal não acontecer, o futuro será cada vez mais seco e árido