15h42 - quinta, 07/11/2024
Um projeto de (e para o) futuro!
Carlos Pinto
Há cerca de três décadas, defender Alqueva era quase um devaneio que muitos (bastantes) criticavam. A realidade, felizmente, veio demonstrar o contrário
Mais recentemente, projetar um alargamento da "capilaridade" do Alqueva, levando a água da grande albufeira do Sul a pontos mais distantes na região, como o Monte da Rocha ou Sines, era visto como irreal e inexequível. Também aqui, felizmente, a realidade veio demonstrar o contrário
Agora, surge sobre a mesa a possibilidade de se ir mais além, reforçando o Alqueva com a água proveniente do Tejo e, a sul, alargando o seu "raio de ação" à Barragem de Santa Clara, no concelho de Odemira, e daí ao Algarve.
Esta proposta está no centro do manifesto subscrito esta semana por mais de 30 entidades [ver páginas 4 e 5], com as câmaras de Odemira e de Aljezur "à cabeça", assim como diversas instituições públicas e privadas do Sudoeste Alentejano e do Algarve (e outras de âmbito nacional), que vai agora ser entregue ao Governo, para que este a considere (e integre) na estratégia "Água que Une", iniciativa de cariz interministerial cuja apresentação está prevista pelo executivo da AD para o final deste ano.
Certamente que muitas vozes se levantarão contra esta proposta. Ou porque alegadamente se estará a fazer um favor às empresas agrícolas destas duas regiões, seja porque se estará a descurar o impacto ambiental de uma obra desta natureza. Mas em iniciativas desta natureza não podemos ficar "presos" a amarras ideológicas, seja porque criticamos os lucros das empresas agrícolas ou porque achamos ser muito mais importante preservar colónias de sapos ou de morcegos.
Neste caso em concreto, o que está em causa é a sobrevivência de todo um território face a uma realidade incontornável: as alterações climáticas e a cada vez menor precipitação. Por isso, não equacionar e concretizar este investimento é atentar contra o futuro destas duas regiões, porque sem água até pode haver aves e outas espécies por aqui
mas não pessoas!
2. Ucrânia, Gaza, Síria, Iémen, Taiwan, península da Coreia e agora os EUA
O mundo está, realmente, transformado num local cada vez menos seguro. E o resultado das eleições norte-americanas, realizadas nesta semana, ainda agudiza mais esta realidade. Diga-se o que se disser, a vitória de Trump é uma derrota da Democracia enquanto modelo político e deve motivar a reflexão de todos nós. Porque falamos muito, mas os movimentos extremistas continuam a crescer em toda a parte sem que se encontre uma solução para os contrariar
Será mesmo natureza da Humanidade criar condições para a sua autodestruição?
Outros artigos de Carlos Pinto