Está a chegar ao fim o ciclo de José Alberto Guerreiro à frente dos destinos da Câmara de Odemira. O socialista cumpre o seu terceiro mandato e, por imperativos legais devido à lei da limitação de mandatos, não se pode recandidatar ao cargo, sendo seis os candidatos oficiais à sua sucessão, apresentados por PS, CDU, PSD/CDS-PP, Bloco de Esquerda (BE), Iniciativa Liberal (IL) e Chega.
As eleições são já no domingo, 26, e entre os socialistas a aposta para manter a presidência de uma câmara municipal que lidera há 24 anos passa por Hélder Guerreiro, que foi vice-presidente da autarquia entre 2009 e 2017 e que está, desde então, na comissão gestora do programa operacional Alentejo 2020.
Segundo revela o candidato do PS, em entrevista ao "SW" que pode ler nas páginas seguintes, o próximo mandato "é de uma enorme exigência" e os socialistas são quem apresenta "as melhores propostas e as melhores pessoas". Em termos de prioridades, Hélder Guerreiro aponta "o desafio associado à água", assim como a execução da Estratégia Local de Habitação (ELH).
À conquista da Câmara de Odemira, que governou entre 1976 e 1997, a CDU volta a apostar na fisioterapeuta Sara Ramos, que afiança a ambição de fazer uma "eficaz gestão municipal" e uma "rigorosa gestão do erário público". "O nosso único objetivo é servir bem e melhor por todos nós", assume a candidata comunista, definindo igualmente a ELHcomo "um projeto central e essencial" para o concelho.
Ainda à esquerda, o BE candidata o deputado municipal Pedro Gonçalves, que espera "fazer história" e conseguir um lugar na vereação. "O BE deseja e vai aumentar a votação e o número de eleitos no concelho. Será aqui que elegeremos o primeiro vereador e o primeiro presidente de junta de freguesia para o BE no Alentejo", antevê com otimismo o candidato bloquista.
A estas três candidaturas de esquerda juntam-se mais três
de direita! Pela coligação "Juntos para Cumprir", que junta PSD e CDS-PP, avança o professor Arménio Simão, atual deputado municipal e que pretende "colocar o concelho no patamar de desenvolvimento económico e social que a sua dimensão e potencialidades justificam". Nesse sentido, Simão define como áreas de intervenção prioritárias a "habitação, saúde, educação, ordenamento do território e modernização dos serviços".
Estreante em eleições autárquicas é o IL, que em Odemira apoia a candidatura "Libertar Odemira", liderada pelo programador cultural Pedro Pinto Leite. Um projeto que, segundo diz o próprio ao "SW", visa "despolitizar o município" e "descomplicar" a vida aos munícipes. "Sente-se que as pessoas estão disponíveis para uma mudança. E nós somos o rosto da mudança", diz.
Por fim, o candidato do Chega, o técnico administrativo Rui Areias, assume o desafio de tirar o concelho "da apatia". "Não só uma apatia de medidas e ideias que realmente tenham impacto na vida do dia-a-dia dos habitantes de Odemira, mas também tirar os munícipes da apatia em que se encontram e dar voz às suas preocupações e desejos", promete.
Em 2017, o PS venceu as eleições para a Câmara de Odemira com 55,69% dos votos, elegendo cinco dos sete vereadores do executivo municipal. Os restantes dois vereadores foram eleitos pela CDU, que há quatro anos obteve 23,36% dos votos. Atrás e sem vereadores eleitos ficaram PSD (8,92%), BE (5,03%) e CDS-PP (2,23%).
De acordo com os dados revelados ao "SW" pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os cadernos eleitorais no concelho de Odemira contam um total de 20.351 eleitores, 19.641 são cidadãos portugueses. Estão ainda recenseados 632 cidadãos de países da União Europeia (UE) e mais 78 oriundos de países fora da UE.