A Associação de Produtores Florestais do Vale do Sado (ANSUB), com sede em Alcácer do Sal, está preocupada com os sucessivos "furtos indiscriminados de cortiça" na região, que provocam "danos substanciais às árvores" e comprometem "o futuro produtivo destes sistemas florestais".
Em comunicado enviado ao "SW", a associação que "há vários anos esta situação se repete" nos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola e Santiago do Cacém, "com total impunidade para quem comete este crime contra o ambiente e a propriedade privada".
"O ato do furto de cortiça implica a direta violação de todas as regras de descortiçamento e provoca danos irreparáveis no sobreiro vitimado, comprometendo gravemente a sua vitalidade e pondo em causa a sua sobrevivência", frisa a ANSUB.
Além do mais, continua o comunicado, "a impunidade dos prevaricadores destes furtos de cortiça encoraja a reincidência dos criminosos, bem como a disseminação desta prática".
Nesse âmbito, a ANSUB considera que a "efetiva repressão destes crimes é absolutamente premente e crucial para a conservação de um ecossistema único", até porque a cortiça furtada "representa um valor mínimo, comparado com o dano causado na árvore, que poderá levar à sua morte comprometendo muitas décadas de produção futura".
"Era importante controlar os intermediários que possam usualmente adquirir cortiça furtada, controlando estes pontos críticos, que poderá incentivar o furto por parte de pessoas sem escrúpulos", defende a associação.
Por outro lado, continua, "existem operadores que têm máquinas de triturar cortiça e que facilmente conseguem processar cortiças pintadas provenientes de furtos, dissimulando assim a sua origem".