07h00 - quinta-feira, 04/10/2018
Aldeia do Brejão presta
Aldeia do Brejão presta
homenagem a Amália
A voz levou-a aos maiores palcos do mundo, mas a busca de paz interior trouxe-a até uma pequena localidade na costa do concelho de Odemira, onde se refugiava dos holofotes mediáticos e desfrutava de dias de sol e descanso.
Foi no Brejão que Amália Rodrigues passou semanas de férias a fio, longe da cidade e da fama. Hoje são ainda muitos os habitantes locais que se recordam dessas longas visitas da “diva do fado” à aldeia.
“Lembro-me bem dela por aqui”, admite ao “SW” Raul Reis, de 66 anos, enquanto se monta na sua bicicleta. “Nunca falei com ela, mas cheguei a vê-la pessoalmente, pois vinha aqui à escola e ouvia sempre falar na Amália Rodrigues. Ainda hoje gosto muito, muito de ouvir os fados dela”, acrescenta a sorrir.
Metros adiante, na sede da Associação Cultural e Desenvolvimento Económico-Social do Brejão, encontramos Fernando Santos, 69 anos, um dos habitantes da aldeia que mais privou com a fadista. “Lembro-me da dona Amália como se fosse ontem. Não só aqui, como na própria casa dela em Lisboa, onde fui tantas vezes. Éramos conhecidos e quando eu precisava de ir a Lisboa o marido dela dava-me boleia e dizia sempre para ficar lá em casa”, conta com os olhos já rasos de água.
Na opinião deste reformado, o Brejão era para Amália “um sítio de repouso, de paz, de descanso, de liberdade… e de afastamento”. “No Brejão deixava para trás o dia-a-dia da sua vida de artista e relaxava”, continua Fernando Santos, reconhecendo que entre a aldeia e a fadista sempre existiu “uma ligação bastante genuína e bastante afectuosa”. “A dona Amália foi uma mais-valia para esta terra, não só pelo que ela representa para o nosso país como pelo que era como pessoa. E também pelo que deixou a esta terra”, acrescenta.
Murais para Amália
Amália Rodrigues morreu há 19 anos, mas a sua memória continua viva no Brejão. E mesmo os mais distraídos ou os condutores de passagem ficam agora a saber que a aldeia foi também a “casa” da fadista através dos novos murais “grafitados” pelo artista SMILE (Ivo Santos de seu nome verdadeiro) nas empenas de quatro casas do bairro social, intervaladas entre si pela rua Amália Rodrigues, rua das Flores e rua Engenheiro Seabra (marido da fadista). Quatro pinturas em fundo amarelo que atravessam várias fases da vida da fadista e que já são motivo de visita ao Brejão.
Os murais retratam Amália Rodrigues “na casa dos 20 anos”, numa fase “já de alguma maturidade”, com 40 anos a “contemplar o mar no canto da piscina” na sua casa do Brejão e, por fim, na fase final da sua carreira, “onde surge de braços abertos e de microfone a cantar”, desvenda a vereadora Deolinda Seno Luís, responsável pelo pelouro da Cultura na Câmara de Odemira.
Para esta responsável, os novos murais são “um encontro de gerações”, tendo em conta “que a arte urbana é uma coisa do século XXI, uma nova forma de comunicar com os mais jovens, e o fado que é um género musical mais antigo”. “O resultado tem um impacto muito grande nas pessoas que circulam em direcção à praia do Carvalhal e um enorme significado para os moradores do Brejão que conheciam muito bem a fadista”, acrescenta.
“Está giro”, reconhece Rui Damásio, de 41 anos, que gere um bar cuja esplanada tem vista privilegiada sobre a(s) obra(s) de arte. “Vem muita gente pela Amália… E agora também pelos murais. Vê-se as pessoas a parar e a tirar fotografias”, acrescenta.
A inauguração dos quatro murais vai ser, aliás, um dos momentos altos do evento “Odemira recorda Amália”, que a Câmara Municipal local e a Fundação Amália Rodrigues promovem neste sábado, 6 de Outubro, no sentido de homenagear a fadista. A cerimónia está agendada para as 18h30, mas antes, entre as 15h00 e as 17h00, decorrerão visitas à casa de férias da Amália Rodrigues e uma missa campal no local.
A festa continua depois de jantar, com uma “Noite de Fados” no Centro Sócio-Cultural do Brejão a partir das 22h00, onde actuarão os fadistas Joana Luz e Hélder Moutinho.
“Com esta iniciativa, o Município de Odemira pretende manter viva a memória desta grande figura da cultura nacional e a ligação que Amália Rodrigues manteve com o concelho de Odemira ao longo da sua vida”, conclui Deolinda Seno Luís.
Foi no Brejão que Amália Rodrigues passou semanas de férias a fio, longe da cidade e da fama. Hoje são ainda muitos os habitantes locais que se recordam dessas longas visitas da “diva do fado” à aldeia.
“Lembro-me bem dela por aqui”, admite ao “SW” Raul Reis, de 66 anos, enquanto se monta na sua bicicleta. “Nunca falei com ela, mas cheguei a vê-la pessoalmente, pois vinha aqui à escola e ouvia sempre falar na Amália Rodrigues. Ainda hoje gosto muito, muito de ouvir os fados dela”, acrescenta a sorrir.
Metros adiante, na sede da Associação Cultural e Desenvolvimento Económico-Social do Brejão, encontramos Fernando Santos, 69 anos, um dos habitantes da aldeia que mais privou com a fadista. “Lembro-me da dona Amália como se fosse ontem. Não só aqui, como na própria casa dela em Lisboa, onde fui tantas vezes. Éramos conhecidos e quando eu precisava de ir a Lisboa o marido dela dava-me boleia e dizia sempre para ficar lá em casa”, conta com os olhos já rasos de água.
Na opinião deste reformado, o Brejão era para Amália “um sítio de repouso, de paz, de descanso, de liberdade… e de afastamento”. “No Brejão deixava para trás o dia-a-dia da sua vida de artista e relaxava”, continua Fernando Santos, reconhecendo que entre a aldeia e a fadista sempre existiu “uma ligação bastante genuína e bastante afectuosa”. “A dona Amália foi uma mais-valia para esta terra, não só pelo que ela representa para o nosso país como pelo que era como pessoa. E também pelo que deixou a esta terra”, acrescenta.
Murais para Amália
Amália Rodrigues morreu há 19 anos, mas a sua memória continua viva no Brejão. E mesmo os mais distraídos ou os condutores de passagem ficam agora a saber que a aldeia foi também a “casa” da fadista através dos novos murais “grafitados” pelo artista SMILE (Ivo Santos de seu nome verdadeiro) nas empenas de quatro casas do bairro social, intervaladas entre si pela rua Amália Rodrigues, rua das Flores e rua Engenheiro Seabra (marido da fadista). Quatro pinturas em fundo amarelo que atravessam várias fases da vida da fadista e que já são motivo de visita ao Brejão.
Os murais retratam Amália Rodrigues “na casa dos 20 anos”, numa fase “já de alguma maturidade”, com 40 anos a “contemplar o mar no canto da piscina” na sua casa do Brejão e, por fim, na fase final da sua carreira, “onde surge de braços abertos e de microfone a cantar”, desvenda a vereadora Deolinda Seno Luís, responsável pelo pelouro da Cultura na Câmara de Odemira.
Para esta responsável, os novos murais são “um encontro de gerações”, tendo em conta “que a arte urbana é uma coisa do século XXI, uma nova forma de comunicar com os mais jovens, e o fado que é um género musical mais antigo”. “O resultado tem um impacto muito grande nas pessoas que circulam em direcção à praia do Carvalhal e um enorme significado para os moradores do Brejão que conheciam muito bem a fadista”, acrescenta.
“Está giro”, reconhece Rui Damásio, de 41 anos, que gere um bar cuja esplanada tem vista privilegiada sobre a(s) obra(s) de arte. “Vem muita gente pela Amália… E agora também pelos murais. Vê-se as pessoas a parar e a tirar fotografias”, acrescenta.
A inauguração dos quatro murais vai ser, aliás, um dos momentos altos do evento “Odemira recorda Amália”, que a Câmara Municipal local e a Fundação Amália Rodrigues promovem neste sábado, 6 de Outubro, no sentido de homenagear a fadista. A cerimónia está agendada para as 18h30, mas antes, entre as 15h00 e as 17h00, decorrerão visitas à casa de férias da Amália Rodrigues e uma missa campal no local.
A festa continua depois de jantar, com uma “Noite de Fados” no Centro Sócio-Cultural do Brejão a partir das 22h00, onde actuarão os fadistas Joana Luz e Hélder Moutinho.
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