A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) alerta para aquilo que chama de "falhas graves" na gestão do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), garantindo que "formas de vida que resistiram durante milhões de anos no Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina encontram-se mais ameaçadas do que nunca".
Tal como "SW" conta na edição desta sexta-feira, 30, a LPN argumenta que "o aumento da área agrícola, notório nas estufas e culturas cobertas que ocupam grandes extensões no PNSACV, tem suscitado preocupação com a conservação dos valores naturais" locais.
A LPN acrescenta ainda que "foram já identificados oficialmente vários incumprimentos das regras previstas no Plano de Ordenamento [do PNSACV], como a falta de implementação dos sistemas de monitorização da qualidade das águas subterrâneas e do solo, a falta de monitorização do estado das espécies e habitats, a cartografia e informação geográfica pública sobre as espécies, habitats e actividade agrícola na zona do Perímetro de Rega do Mira, e ainda a ausência dos Planos de Gestão no âmbito da Rede Natura 2000".
"A legislação relativa às medidas de monitorização necessárias no Sudoeste Alentejano não foi até agora cumprida. É urgente a implementação séria da lei de forma a garantir que os valores naturais únicos desta zona não serão destruídos", vinca o presidente da LPN.
Jorge Palmeirim acrescenta não ser "concebível o aumento da área de exploração agrícola sem monitorização do actual impacto desta actividade".
"Se não se conseguir assegurar a correcta aplicação das medidas de gestão, não prevejo futuro para o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina", sublinha este responsável.