Para alcançar todas as metas a que se propõe, o projecto "Bowing" vai ser dinamizado ao longo dos próximos dois anos, até 2022, envolvendo meia centena de trabalhadores asiáticos das empresas agrícolas The Summer Berry Company Portugal e Maravilha Farms, ambas sediadas no concelho.
A estes juntar-se-ão (numa "dimensão educativa") cerca de 100 alunos dos agrupamentos de escolas de Odemira e de São Teotónio e da Escola Profissional de Odemira, num total de quatro turmas multiculturais dos 1º, 2º, 3º ciclos e do ensino secundário.
"Esta intervenção artística focar-se-á, assim, em dois quadrantes distintos: o mundo do trabalho e o mundo infantil e juvenil da escola", observa Deolinda Seno Luís.
Mas como vai, afinal, funcionar o "Bowing"? Segundo a vereadora odemirense, ao longo dos dois anos de duração do projecto "os trabalhadores e os alunos participarão em laboratórios artísticos semanais nas áreas da dança e da música, em separado, sobre assuntos relacionados com os valores das culturas orientais no seu encontro com a cultura portuguesa e do Alentejo".
Depois, com uma equipa artística adicional, "prepara-se uma apresentação com o resultado de todas as experiências vividas ao longo deste período, num formato de grande momento performativo/espectáculo experimental, com o foco na aproximação e no encontro empático entre culturas tão díspares, a acontecer em 2021 e a repetir-se em 2022", sempre no Dia da Interculturalidade (no mês de Novembro).
A par disto, existirá ainda um caderno individual que será preenchido por todos os participantes directos periodicamente "para acompanhar as suas aprendizagens, entusiasmo, competências linguísticas e percepções culturais".
"Este 'diário de bordo' poderá ser preenchido de várias formas: escrita, desenhada, pintada, por colagem, entre outros. Este é o elemento de medição qualitativa dos objectivos a atingir que atravessará todas as actividades e que funcionará como objecto de memória pessoal e colectiva", sublinha Deolinda Seno Luís.