07h00 - sexta-feira, 13/10/2023

Cota de água em Santa Clara a cair desde 2014

Há quase uma década que o volume de água armazenada na barragem de Santa Clara, no interior do concelho de Odemira, está a diminuir, tendo passado da cota dos 127 metros, em 2014, para os 105,37 metros em setembro deste ano. Esta situação há muito que causa apreensão em toda a comunidade, mas agora pode vir a colocar em risco o abastecimento de água para a agricultura, um dos setores preponderantes na economia local, caso se mantenha a determinação do Governo de que a barragem apenas seja utilizada para abastecimento às populações se for atingida a cota dos 104 metros.
Os dados são avançados pelo “Expresso”, em reportagens publicadas a 22 de setembro e, depois, a 3 de outubro. Segundo o semanário, “a perda da reserva acumulada na barragem é aparentemente irreversível”, estando a albufeira de Santa Clara neste momento a 31% da sua capacidade máxima, com pouco mais de 150 milhões de metros cúbicos (m3) acumulados.
A reportagem do “Expresso” revela ainda que a percentagem das explorações que produzem pequenos frutos na área regada pelo Perímetro do Mira tem vindo aumentar desde 2012, representando atualmente 24,8% da área total servida por Santa Clara.
Ainda assim, as culturas que mais consomem água por hectare são o espinafre (6.714 m3), a relva (4.850 m3) e o tomate (4.379 m3).

Movimento questiona Governo
Perante as informações avançadas pelo “Expresso”, o movimento Juntos Pelo Sudoeste veio a público questionar o Governo sobre o “que pensa efetivamente fazer quando for atingida a cota 104 da barragem de Santa Clara”.
Em comunicado enviado ao “SW”, o movimento quer ainda saber como o Governo “irá travar de uma vez a destruição de um património ambiental único, pela instalação sem critério de empresas agrícolas, em áreas protegidas por legislação nacional e europeia”.
“Como pretende [o Governo] cumprir as responsabilidades que Portugal assumiu a nível de conservação da natureza até 2030, restaurar espécies e habitats e contrariar a relação entre a degradação dos ecossistemas e as alterações climáticas?”, questionam ainda os ambientalistas.
Por fim, o movimento quer saber o “que tem a dizer o Governo sobre os conflitos de interesses descritos” pela reportagem do “Expresso”, nomeadamente o facto de o empresário Filipe de Botton, proprietário da Logofruits, que produz mirtilos em Odemira, ter sido nomeado pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, para a comissão administrativa da Associação de Beneficiários do Mira e de um ex-chefe de gabinete da governante, Joel Vasconcelos, ser agora o diretor-geral da organização de produtores Lusomorango, “o braço comercial do gigante dos frutos vermelhos Driscoll’s”.

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