É com a ambição de "dignificar" a história do clube e ganhar mais experiência a um nível altamente competitivo que a equipa de juvenis do Praia de Milfontes encara a sua participação no campeonato nacional da categoria em 2021-2022. Para já, a formação de Vila Nova de Milfontes (única representante de todo o Alentejo na prova) soma cinco derrotas em outras tantas partidas na Série D, mas o técnico garante que os jogadores têm crescido a olhos vistos semana após semana.
"Passado um mês e meio [de campeonato] e cinco jornadas, a evolução é, a meu ver, enorme", afiança o treinador Sérgio Rocha, de 41 anos, que assumiu este ano o comando da equipa.
Para este responsável, "jogo após jogo há um significativo crescimento" e "a própria condição física começa a atingir níveis mais próximos do pretendido". "Os jogadores estão mais entendedores do próprio jogo e as ideias a seguir, intrinsecamente começam a sentir-se mais capazes, mais audazes e mais confiantes", diz.
A equipa de Vila Nova de Milfontes entrou neste campeonato ciente das dificuldades que teria pela frente, mas com o objetivo de "aproveitar cada momento" que esta experiência lhe dará.
"Temos a perfeita noção que temos que fazer o melhor possível e dignificar ao máximo as cores do clube", observa Sérgio Rocha, confidenciando aquilo que costuma dizer aos seus jovens atletas no balneário: "Se olharmos ao resultado e ele chegar a um 3-0 nos primeiros cinco minutos, vamos abdicar de viver esta experiência que tanto quisemos nos outros 85 minutos? Não!".
Ainda assim, o técnico reconhece que todos têm "consciência da qualidade" dos seus adversários, muitos deles "serão jogadores reconhecidos internacionalmente" no futuro. "É sabendo tudo isso, a par da nossa constante evolução individual e coletiva, que a cada ação ganha por nós, a cada momento que tirarmos vantagem, a cada reconhecimento por parte do adversário, que estamos a atingir os nossos objetivos", reforça.
Além do mais, enfrentar equipas como Benfica, Sporting, Belenenses, Vitória de Setúbal ou Estoril-Praia, entre outros, permite um maior "crescimento futebolístico" dos atletas.
"Adversários como estes, que trabalham na perfeição, obrigam-nos a superar-nos constantemente. Há sempre um momento do jogo ao qual não estávamos familiarizados, uma ação individual que nos obriga a adaptar e são todas essas vivências que, se continuarmos a ser resilientes, nos farão crescer", observa Sérgio Rocha.
Ainda assim, continua o técnico, a diferença entre do Praia de Milfontes e os seus adversários "é enorme", e o crescimento futebolístico da equipa "acaba for ficar condicionado".
"Contra estas equipas apenas conseguimos jogar em dois momentos do jogo, ou seja, em organização defensiva e, por vezes, em transição ofensiva. Era importante evoluir com bola também, até porque há miúdos em que suas mais-valias são com bola e não sem ela. Mas o processo defensivo faz parte de todas as posições e de todos os jogadores e é aqui que têm havido um crescimento notório", refere.
O técnico acrescenta que, apesar de todas estas dificuldades e dos resultados menos positivos, há na sua equipa jovens com qualidade para outros "voos". "A prova disso é que eu mesmo já fui abordado por técnicos e dirigentes de outras equipas, no sentido de obterem informações dos mesmos", revela Sérgio Rocha, concluindo: "Arrisco-me a dizer que, muitos deles, o que lhes sempre faltou foi jogar mais anos a este nível. Se tivessem tido essa oportunidade e essa continuidade chegariam certamente a outros patamares".