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15h08 - quinta, 20/06/2019
Encurtar as distâncias
Carlos Pinto
Quem mora na periferia sabe bem o quão difícil é, por vezes, chegar ao centro. Nas grandes cidades há que conjugar horários de transportes com agendas pessoais/ profissionais ou então seguir viagem em transporte próprio, "envelhecendo" séculos nas horas a fio que se passam parados em filas de trânsito. Nas pequenas cidades ou vilas não há estes constrangimentos no tráfego, mas encontrar lugar para estacionar e aceder aos principais serviços locais não deixa de ser, por vezes, mais difícil que acertar na combinação da lotaria. E depois há as aldeias e as pequenas localidades do interior do interior, onde não há transportes públicos regulares e a maior parte da população é idosa, o que faz com que qualquer viagem para ir ao banco ou ao centro de saúde tenha de ser planeada com a mesma antecedência que um passeio a Londres ou Paris.
Este quadro que não é, de maneira nenhuma, ficcionado. Acontece todos os dias em Lisboa, em Beja ou em Santa Clara-a-Velha. Daí que o projecto-piloto "Transporte a Pedido" [ver página 4], que está a ser planeado pela Câmara de Odemira com o apoio da CCDR do Alentejo e que deve implementado durante o segundo semestre de 2019, tem todas as condições para ser extrema utilidade para as populações do concelho, sobretudo aquelas que fazem vida no interior.
Numa época em que se fala tanta de coesão social e em que o combate ao despovoamento é uma prioridade nacional, são medidas como estas que ajudam a travar o êxodo do interior. "Encurtar distâncias" entre as grandes e pequenas localidades, entre o litoral e o interior, é uma medida que ajuda a reequilibrar os "pratos da balança" entre os vários "países" que existem em Portugal. Só assim teremos condições para que viver no interior não seja, no curto prazo, uma impossibilidade.